Se tem uma coisa que tenho muito claro em minha mente é que “quem te fez mal, sabe que te faz mal, mas simplesmente, não se importa com isso”.
Aprendi isso da pior forma, mas aprendi.
Por que eu trago isso aqui? Simplesmente porque quando eu posto algo de desabafo, há quem tenda a pensar que estou querendo mandar uma “indireta” para afetar a pessoa que me fez mal, na espera que ela reconheça o mal que me fez e se sinta arrependida, ou pelo menos fique com a consciência pesada, mas isso não é verdade. Já aconteceu uma vez de um post meu atingir a pessoa que me causou angústia e na época eu recebi até um pedido de desculpas bonitinho, mas não foi por isso que eu postei aquele dia e não é por isso que posto agora.
Quando eu escrevo, é uma forma de desabafo mesmo, só uma maneira de vomitar as toxinas que me corroem e não me deixam seguir em frente. Escrever pra mim é me curar. E você pode estar se perguntando se eu me arrependo de palavras amargas, drama desnecessário ou qualquer coisa que eu venha a escrever em um momento de dor, angústia, depressão… E a resposta é: não.
Nunca me arrependi do que escrevi, não até hoje, não tenho compromisso com o erro, já me arrependi de ter pensado daquela maneira, já me arrependi de algumas opiniões e pré-conceitos preconceituosos, mas tive a oportunidade de me rever em meus conceitos e me despir do que não era bom. As vezes sinto vergonha quando vejo um post antigo, aquela reação de: não acredito que eu já pensei assim, que eu já acreditei nisso, que ue já defendi aquilo. Mas ao mesmo tempo me leva a reflexão do: que bom que eu evoluí.
Hoje me sinto orgulhosa da pessoa que sou e dos conceitos que carrego comigo daquilo que é verdade e daquilo que não é. Mas isso não contradiz nem um pouco aquilo que escrevi no meu post anterior, sei que isso pra mim pode significar muito, mas já entendi que para os outros não significa nada -e, como eu sempre digo, tá tudo bem!-.
Sempre soube que eu não era o centro do mundo e isso nunca me incomodou. Eu nasci pra ser bela, recatada e do lar, mas com consciência de classe rs
Gosto de servir, de cuidar, de acolher, de está lá pra tudo, em todos os momentos e em todas as horas, mas hoje em dia isso é visto como algo ruim e ninguém quer alguém assim ao lado. A frase “nasci na época errada” nunca fez tanto sentido… E olha só, eu JURAVA que nunca diria isso, porque no passado as coisas eram mais difíceis e injustas, principalmente para as mulheres. E olha eu aqui dizendo isso rs
“Ah, mas você só tá aqui expressando sua opinião porque nasceu exatamente nessa época”, sim, estou aqui falando o que quero -e produzindo provas contra mim rs- porque nasci exatamente nessa época, mas será que eu queria isso? Será que eu não preferia ser a professora proibida de passar na sorveteria? Ser capaz de ter um pensamento crítico é uma dádiva, mas também uma maldição. Quando você percebe que o mundo ao seu redor está doente, você adoece junto.
Já passei por muita coisa pra aprender que, já que ninguém será leal a mim, que eu seja então.
Por isso, não. Não acho que quem “me fez mal” sequer vá ler meu desabafo e, se por ventura vier a ler, não irá se incomodar ou se sentir arrependido, no máximo vai rolar um “coitada, olha lá ela se fazendo de vítima de novo”…
Porque quem nos fez mal sabe que fez, mas simplesmente não se importa, dói só em quem sabe que jamais seria capaz de fazer o mesmo a outra pessoa. Não existe pagar pelo que fez, não existe uma “lei divina” que vai cobrar do outro o mal que ele causou. Não existe lei do retorno nem nada do tipo. Existem pessoas que fazem escolhas que as vezes são egoístas, as vezes não.
Eu sempre tentei por minha vontade no bolso pra agradar os outros -e isso não é bom não, pelo contrário, me levou até aqui e me fez muito mal-, mas aprendi que não adianta, eu sou assim e sempre serei -e não quero mais me desgastar, apagar quem eu sou pra mudar isso-. Minha autodefesa agora pede que eu me afaste de qualquer pessoa que me coloque na situação de fazer escolhas. E é assim que eu vou seguir enquanto tiver que seguir, espero que não por muito tempo.
Aquela situação não foi a pior que eu vivi, mas foi a gota d’água que transbordou meu copo. Só que ele ficou pesado e também caiu e se quebrou, então agora não tem nem mais copo pra encher.
(E caso o raio caia duas vezes no mesmo lugar: Eu só precisava de um abraço apertado e de um “vai ficar tudo bem, eu estou aqui e não vou a lugar nenhum”, mas agora é tarde demais).