Todos os dias eu vou dormir escutando podcast sobre os crimes mais bárbaros já cometidos pela humanidade. Parece estranho, mas na verdade esse é o maior ato de autodefesa que eu pude encontrar na minha vida… Saber onde o mal consegue chegar e os extremos da crueldade e ajudam a focar no meu propósito de nunca mais me envolver com ninguém, esse propósito não é só sobre relacionamentos não, eu não quero mais ninguém na minha vida, ninguém mesmo.
Chega de família, chega de amigos, chega de tudo.
Quando eu tinha 13 anos eu jogava RPG com meu primeiro namorado e ele sempre frisou o quanto era bom ser um lobo solitário e eu vi o quanto o personagem dele evoluiu com isso.
Naquela aventura a minha personagem foi deixada sozinha pelo seu parceiro e teve que aprender a viver dessa maneira num luto eterno sem deixar ninguém se aproximar.
Acho que aquilo foi um treinamento para minha vida…
E agora para frente ficar na minha carapaça uma das estratégias é escutar os crimes bárbaros do mundo.
Você vai assistir séries, animes ou escutar música, eu vou me lembrar de um tempo bom que eu compartilhava com pessoas que eu amava… Mas esse tempo não existe mais. Já dizia Ragnar “Eu sei que é difícil de aceitar, mas infelicidade é mais comum que felicidade”. Então vamos abraçar a infelicidade, aceitá-la e convidá-la para tomar um chá (porque café eu não tomo nem no estágio mais avançado da depressão kkkkkk).
Eu sempre soube que esse era o meu destino, mas demorei para aceitar porque ficava esperando o meu final feliz. Agora que eu tomei consciência e aceitei que ele não vai mais ser feliz, eu posso começar a planejá-lo…
Meredith disse para o Derek uma vez em Grey’s Anatomy: Eu colei todos os meus caquinhos, e não vou pedir perdão pela forma que escolhi para consertar aquilo que você quebrou.
Por isso eu não vou pedir desculpa para ninguém que se sentir ofendido pelos meus posts. Não tem ninguém aqui me ajudando a colar meus caquinhos. Não tem ninguém me dando suporte que eu precisava por ser autista. Não tem ninguém me guiando pra uma boa decisão. Pelo contrário, sempre teve gente me pressionando para decidir logo e sozinha. Então agora eu estou decidida. E pouco me importa a opinião alheia.
Você nem meu filho, que é o ser que eu mais amo no mundo, se importa, não vou cair nesse papinho de falsa preocupação vindo de mais ninguém.
Minha vida útil está no fim, mas ao invés de me preocupar, eu estou é comemorando.
Está chegando a hora de entregar a capa da invisibilidade e acolher “a Morte como uma velha amiga” e acompanha-la de bom grado.